Dicionário Nutricional

 

Aqui você encontra um glossário de consulta rápida, por ordem alfabética, de termos relacionados à rotulagem nutricional, que muitas vezes geram dúvidas sobre seu significado. É importante que todos os consumidores consigam interpretar corretamente as informações dos rótulos, para fazerem escolhas conscientes na hora de planejar sua alimentação.

Açúcares

Açúcares são carboidratos, compostos químicos que fornecem energia rápida para o nosso organismo. O açúcar pode ser encontrado em diversas formas e em diversos alimentos, como nas frutas, na forma de frutose, e no leite, na forma de lactose. Para adoçar bebidas e alimentos, são utilizados alguns tipos diferentes de açúcares. Um deles é a sacarose, obtida principalmente a partir do caldo da cana-de-açúcar e da beterraba, que é apresentada como açúcar refinado, cristal, mascavo, entre outras formas. Outros açúcares também são usados pela indústria alimentícia, como, por exemplo, o açúcar invertido, composto por sacarose, frutose e glicose. Apesar de ser um nutriente importante no nosso cotidiano e na nossa cultura, o açúcar deve ser consumido com parcimônia, sem excessos.

Alegação nutricional

O termo “alegação nutricional” refere-se a qualquer afirmação exibida nos rótulos dos alimentos que destaque propriedades nutricionais positivas associadas ao produto. A utilização de alegações nutricionais na rotulagem deve ser condizente com as normas regulatórias, de forma a oferecer ao consumidor informação correta que permita orientar suas escolhas alimentares. São exemplos de alegações nutricionais frases como: “sem adição de açúcares”, “baixo teor de sódio”, “fonte de fibras”, entre outras.

Carboidratos

Os carboidratos são encontrados em todo alimento de origem vegetal. Isso se deve ao fato de que as plantas os produzem no processo de fotossíntese e armazenam carboidrato como fonte de energia. Alguns alimentos apresentam uma concentração maior de carboidratos quando comparados a outros.

Entre os alimentos ricos em carboidratos podemos citar o milho, arroz, mandioca, batata e inhame. Não podemos nos esquecer também dos pães, massas e doces e mel.

Colesterol

É um tipo de gordura que está presente nas membranas das células dos animais e atua na produção de alguns hormônios e de vitamina D. O colesterol pode ser encontrado nos produtos de origem animal, como gema de ovo, leite e derivados, camarão, carne bovina, pele de aves e vísceras.

O consumo de alimentos que são fonte de colesterol deve ser moderado e balanceado com outras fontes de nutrientes para uma dieta saudável. Recomenda-se também a prática de atividades físicas como forma de se controlar os níveis de colesterol no organismo.

Fibras alimentares

São a parte dos alimentos de origem vegetal que não são digeridas pelo organismo. As fibras passam quase que intactas pelo sistema digestivo e terminam sendo eliminadas pelas fezes. Elas não têm valor nutritivo e nem energético (não tem calorias) mas têm papel fundamental na dieta. Carregam os resíduos alimentares e a gordura excedente na alimentação pelo intestino e controlam a velocidade de digestão e absorção dos nutrientes, promovendo um equilíbrio na digestão.

Como não são digeridas, elas chegam ao intestino inalteradas onde atuam e trazem diversos benefícios para a saúde:

  •  Servem como substrato (alimento) para a microbiota (população de bactérias benéficas naturalmente presentes no intestino grosso);
  •  Atuam como “vassouras”, que carregam os resíduos alimentares e a gordura excedente na alimentação pelo intestino;
  •  Modulam a velocidade de digestão e a absorção dos nutrientes, promovendo um trânsito intestinal normal.

Gorduras

Assim como proteínas e carboidratos, as gorduras fazem parte do grupo dos chamados macronutrientes. São fonte de energia para as atividades diárias e para o funcionamento do organismo. Possuem papel fundamental na manutenção da posição, proteção e estrutura dos órgãos. Atuam no armazenamento e transporte de vitaminas e são responsáveis por dar sabor e textura aos alimentos.

Gorduras Totais
Existem diferentes tipos de gorduras (lipídios), que se diferenciam por sua natureza química, suas propriedades físicas (algumas encontradas na forma de óleo, outras no estado sólido em temperatura ambiente) e origem (animal ou vegetal).

As gorduras totais ainda podem ser classificadas em saturadas, insaturadas (monoinsaturadas ou poli-insaturadas) e trans, de acordo com sua estrutura.

Gorduras Saturadas
As gorduras saturadas são caracterizadas por apresentar somente ligações simples na estrutura química dos ácidos graxos, podendo ser encontradas tanto em produtos de origem animal como carne, leite, manteiga e queijo, como também em produtos de origem vegetal, como coco, cacau e palma, por exemplo.

Gorduras Trans
Essas gorduras podem ser encontradas naturalmente, em pequenas quantidades, em alimentos como a carne e o leite, provenientes de animais ruminantes. Mas também podem ser encontradas nos alimentos industrializados (gordura parcialmente hidrogenada e óleos refinados), nos quais têm a função de melhorar as propriedades tecnológicas e sensoriais dos produtos.

Gorduras Monoinsaturadas
O ácido oleico, conhecido também como ômega 9, é o principal representante desta gordura e é encontrado principalmente no azeite de oliva.

Gorduras Poli-insaturadas
Ômegas 3 e 6 são exemplos dessas gorduras e são consideradas nutrientes essenciais. Podem ser encontradas em óleos vegetais, como os de soja ou milho, assim como em peixes de águas frias, como o salmão, bacalhau, sardinha e atum.

Medida caseira

Auxilia na compreensão da quantidade e do valor nutricional de uma porção por meio de um utensílio doméstico (colher de sopa, copo, xícara, entre outros).

Nutrientes

 

São substâncias encontradas em todos os alimentos e possuem funções específicas no organismo. Essenciais para o funcionamento adequado do corpo humano, fornecendo energia, recuperando partes do organismo e sustentando o crescimento. A palavra nutriente tem origem no latim nutriens, de nutrire, que significa “alimentar”.

Porção

É uma medida que nos ajuda a compreender a quantidade de referência do alimento a ser consumido. Existem situações em que a embalagem já traz a quantidade de produto na medida da referência (é o que chamamos de embalagem individual). Em outras, o conteúdo da embalagem deve ser consumido em mais de uma ocasião ou por mais de uma pessoa. Nesses casos, os fabricantes declaram o número de porções de referência presentes na embalagem.

Proteínas

São as responsáveis pelo crescimento e manutenção do nosso corpo. Formadas por “tijolinhos” chamados aminoácidos, as proteínas exercem diversas funções no organismo, participando inclusive da composição das células. Não existe nenhum processo biológico em que as proteínas não estejam envolvidas. Os alimentos fonte ou ricos em proteínas podem ser de origem animal ou vegetal.

Exemplos de alimentos deste grupo:

  • Proteína de origem animal: carne bovina, aves, suínos, peixes, frutos do mar, ovos e laticínios.
  • Proteínas de origem vegetal conhecidas por “leguminosas”: feijão, lentilha, grão de bico e soja.

Rotulagem nutricional

A rotulagem nutricional é responsável por informar as propriedades nutricionais de cada produto. Ela está presente nas embalagens dos alimentos e bebidas por meio de três elementos principais: a tabela de informação nutricional, a rotulagem nutricional frontal e as alegações nutricionais. Juntos, esses elementos fornecem ao consumidor as informações necessárias para que ele possa fazer suas escolhas alimentares de forma autônoma e consciente.

Rotulagem frontal

É a parte da rotulagem nutricional que destaca, na área principal da embalagem, informações sobre nutrientes que merecem atenção especial do consumidor por sua importância para a saúde.

Apresentada por meio do símbolo da lupa e da frase “ALTO EM”, a rotulagem nutricional frontal foi adotada pela Anvisa após um amplo processo de consulta à sociedade brasileira e sua exibição nas embalagens será obrigatória a partir de outubro de 2022. Os nutrientes destacados na Rotulagem Nutricional Frontal são açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio, substâncias que, se consumidas em excesso, podem ser fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial.

Sódio

O elemento mineral que compõe o sal de cozinha. Está em toda a natureza, principalmente nos alimentos de origem animal. O sódio é muito importante para a saúde, participa de vários processos biológicos, como a circulação sanguínea, os impulsos nervosos e a contração muscular. O consumo excessivo pode causar aumento da pressão arterial e outros problemas. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que um adulto consuma, no máximo, 5 g de sal ou 2 g (2.000mg) de sódio por dia.

O brasileiro costuma consumir mais que o dobro, principalmente proveniente do sal adicionado às preparações culinárias. Além de ser encontrado no sal de cozinha (que se chama cloreto de sódio), também está presente em vários alimentos do nosso dia a dia, como carnes, lácteos e vegetais. É usado para temperar a comida e na conservação de alimentos (carnes e pescados).

Tabela de informação

É a parte do rótulo onde são encontradas, de forma organizada e padronizada, todas as informações sobre a composição nutricional do alimento. Ela auxilia o consumidor a entender o quanto de energia e de nutrientes estão presentes em 100 gramas ou 100 mililitros, e na porção de referência do produto. Também informa quantas porções daquele alimento estão contidas na embalagem e traz a informação sobre quanto do valor diário (%VD) recomendado do nutriente a porção daquele alimento fornece.

VDR

O % VD (Valor Diário) indica em porcentagem, o quanto uma porção do alimento fornece de energia e nutrientes em relação às quantidades recomendadas na dieta diária de uma pessoa adulta (VDR) de 2000 quilocalorias (kcal). Os Valores Diários de Referência são baseados em dados científicos sobre as necessidades nutricionais.